O que é cocaína?
A cocaína é uma droga estimulante, o que significa que ela acelera as mensagens que viajam entre o cérebro e o corpo. Ela é extraída das folhas da planta de coca (Erythroxylum coca ), nativa da América do Sul. O extrato das folhas é processado para produzir três formas principais de cocaína:

Outros nomes
No Brasil, a cocaína é conhecida popularmente como “pó”, “merla”, “crack”, “neve”, “branquinha”, “farinha” ou “pedra”.
Como a cocaína é usada?
- Cloreto de cocaína: Geralmente inalado (inalado), injetado ou esfregado nas gengivas. Se inalado, os efeitos podem ser sentidos em aproximadamente 1 a 10 minutos e duram cerca de 90 minutos.
- Freebase e crack: Normalmente fumados.
As populações indígenas da América do Sul tradicionalmente mastigam as folhas de coca por seus efeitos estimulantes e supressores de apetite.
Efeitos da cocaína
O uso de qualquer droga envolve riscos. A cocaína afeta cada pessoa de maneira diferente, dependendo de:
- Peso, altura e saúde
- Experiência prévia com a substância
- Uso simultâneo de outras drogas
- Quantidade consumida
- Potência da droga (varia de lote para lote)
Os efeitos podem incluir:
- Felicidade e confiança
- Fala excessiva
- Sensação de energia e alerta
- Ansiedade
- Paranoia
- Irritabilidade e agitação
- Dores de cabeça
- Tontura
- Sensação de força física e clareza mental
- Redução do apetite
- Boca seca
- Pupilas dilatadas
- Pressão arterial elevada e batimentos cardíacos e respiração mais rápidos
- Temperatura corporal alta
- Aumento do desejo sexual
- Insônia
- Comportamento imprevisível, violento ou agressivo
- Indiferença à dor
Overdose
Consumir uma grande quantidade ou uma dose muito forte pode levar a uma overdose. Ligue imediatamente para o SAMU (192) ou procure atendimento médico se você ou alguém apresentar os seguintes sintomas:
- Náuseas e vômitos
- Ansiedade extrema
- Dor no peito
- Pânico
- Agitação e paranoia intensas
- Alucinações
- Tremores
- Irregularidades na respiração
- Falência renal
- Convulsões
- Derrame
- Problemas cardíacos
Altas doses e uso frequente pesado também podem causar “psicose induzida por cocaína”, caracterizada por paranoia, alucinações, pensamentos incomuns e comportamentos fora do normal. Esses sintomas geralmente desaparecem alguns dias ou semanas após a interrupção do uso.
Injetar cocaína aumenta o risco de:
- Overdose
- Tétano
- Infecções
- Danos nas veias
Compartilhar agulhas aumenta o risco de:
- Hepatite B
- Hepatite C
- HIV/AIDS
Ressaca
Nos dias após o uso de cocaína, você pode sentir:
- Irritabilidade e paranoia
- Mudanças de humor
- Sensação de desconforto
- Exaustão
Efeitos a Longo Prazo
O uso regular de cocaína pode eventualmente causar:
- Dependência
- Condições pulmonares, como bronquite
- Ansiedade, paranoia e psicose
- Disfunção sexual
- Falência renal
- Derrame
- Convulsões
- Hipertensão e ritmo cardíaco irregular
- Doenças cardíacas e morte
Inalar cocaína regularmente também pode causar:
- Coriza e sangramentos nasais
- Infecções nasais
- Danos ao septo nasal (tecido que separa as narinas)
- Perda do olfato
Síndrome de Abstinência
Parar de usar cocaína após um longo período é desafiador, pois o corpo precisa se adaptar à ausência da droga. Procure orientação de um profissional de saúde.
Fases da abstinência:
- Crash: Sentimentos de depressão ou ansiedade, desejo intenso por cocaína, extrema exaustão (experienciado nos primeiros dias).
- Abstinência: Desejo por cocaína, falta de energia, ansiedade, agitação, sono perturbado e incapacidade de sentir prazer (pode durar várias semanas).
- Extinção: Sintomas de abstinência podem ocorrer por vários meses, diminuindo gradualmente.
Misturas com Outras Drogas
Misturar cocaína com outras substâncias pode ter efeitos imprevisíveis e aumentar o risco de danos:
- Cocaína + Psilocibina/LSD/Cannabis: Pode intensificar ansiedade, paranoia, confusão ou pensamentos repetitivos.
- Cocaína + Opioides/GHB/GBL: Pode aumentar o risco de sobrecarga cardíaca e parada respiratória.
- Cocaína + Metanfetamina: Pode aumentar o risco de sobrecarga cardíaca.
- Cocaína + Ketamina: Pode prejudicar o pensamento, coordenação e aumentar a pressão arterial.
- Cocaína + Álcool: Pode mascarar os efeitos da embriaguez, levando a um consumo maior de álcool.
- Cocaína + MDMA: Aumenta o risco de sobrecarga cardíaca, ataque cardíaco e psicose. A cocaína também pode reduzir os efeitos desejáveis do MDMA.
Redução de Danos
Há maneiras de reduzir os riscos associados ao uso de cocaína:
- Se inalar, triture o pó até ficar bem fino, pois cristais podem causar cortes.
- Para proteger o nariz, enxágue com água antes e depois.
- Para reduzir a transmissão de vírus como HIV ou hepatite C, evite usar notas de dinheiro; use seu próprio canudo ou um descartável.
- Inalar cocaína regularmente pode danificar o nariz; alterne as narinas ou faça pausas.
- Tente comer regularmente, mesmo sem fome. Consuma alimentos frescos e saudáveis, como frutas e vegetais ricos em vitaminas e nutrientes.
- Descanse e tente dormir.
- Mantenha-se hidratado. As pessoas podem ficar desidratadas ao usar cocaína; tome pequenos goles de água regularmente.
- O uso frequente de cocaína aumenta o risco de ataque cardíaco ou outros problemas cardíacos. Usar menos frequentemente e em quantidades menores pode reduzir esse risco.
Ajuda e Suporte
Se o uso de cocaína está afetando sua saúde, família, relacionamentos, trabalho, escola, finanças ou outras áreas da vida, busque ajuda. No Brasil, você pode procurar apoio em serviços especializados, como o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou ligar para o Disque Saúde (136), que oferece orientações gratuitas e confidenciais sobre drogas.
Aspectos Legais
No Brasil, o uso, posse, fabricação, tráfico e venda de cocaína são proibidos pela Lei nº 11.343/2006, que estabelece penas para crimes relacionados a drogas ilícitas.
Conclusão
Embora a cocaína seja amplamente usada como uma droga recreativa, seu uso pode causar sérios danos à saúde física e mental. Informe-se, priorize sua segurança e busque ajuda caso necessário.