1. Por que os jovens usam álcool e outras drogas?
Os jovens experimentam substâncias por múltiplos motivos, muitos ligados a aspectos do desenvolvimento, como curiosidade, busca de pertencimento e gestão de emoções. Principais razões incluem:
- Curiosidade e experimentação: Comum na adolescência, fase de exploração de identidade.
- Pressão social: Influência de amigos e desejo de integrar-se a grupos.
- Alívio emocional: Uso para lidar com ansiedade, solidão, insônia ou traumas.
- Melhora de humor: Substâncias como MDMA são usadas para socialização, enquanto a maconha pode ser usada para relaxar.
- Rebeldia: Contestação de normas familiares ou sociais.
Dado relevante: 63,3% dos estudantes brasileiros de 13–17 anos já experimentaram álcool, e 47% relataram embriaguez.
2. O uso de drogas sempre leva a danos graves?
Não. A maioria dos jovens experimenta substâncias sem desenvolver dependência. Apenas 3,3% dos adolescentes brasileiros relatam uso simultâneo de álcool, tabaco e drogas ilícitas. Fatores que aumentam riscos incluem:
- Histórico familiar: Pais fumantes ou que consomem álcool elevam a probabilidade de uso.
- Exposição precoce: Experimentação antes dos 13 anos aumenta o risco de policonsumo.
- Falta de suporte familiar: Adolescentes sem supervisão parental têm maior propensão ao uso.
3. Como promover o uso seguro de álcool e drogas?
Estratégias baseadas em redução de danos são mais eficazes que abordagens proibitivas:
- Atraso no início: Quanto mais tarde o primeiro uso, menor o risco de dependência.
- Diálogo aberto: Famílias que discutem o tema sem estigma reduzem comportamentos de risco.
- Intervenção precoce: Identificar sinais como queda no rendimento escolar ou isolamento social.
- Políticas públicas: Programas como o #Tamojunto no Brasil reduziram o uso de drogas em 30%.
4. Qual a relação entre saúde mental e uso de substâncias?
É bidirecional:
- Saúde mental como gatilho: Jovens com insônia ou solidão têm 3x mais chances de usar drogas.
- Drogas como agravantes: Álcool e maconha podem exacerbar ansiedade, psicose ou depressão.
- Ciclo vicioso: Uso de substâncias para alívio emocional pode intensificar sintomas psiquiátricos.
Exemplo: 45% dos jovens com depressão majoritária já usaram cannabis.
5. O que são condições coexistentes (saúde mental + drogas)?
São diagnósticos simultâneos que se influenciam mutuamente. No Brasil:
- Desafios no tratamento: Serviços fragmentados dificultam o cuidado integrado.
- Impactos: Maior risco de hospitalizações prolongadas, evasão escolar e automutilação.
- Soluções: Modelos como o Consultório na Rua (SUS) integram saúde mental e redução de danos.
6. Quais barreiras impedem os jovens de buscar ajuda?
- Estigma: Medo de julgamento por profissionais ou familiares.
- Falta de acesso: Apenas 45% dos municípios têm CAPS Infantojuvenil.
- Desconfiança: Experiências negativas prévias com serviços de saúde.
- Interseccionalidade: Jovens LGBTQIA+, indígenas ou em conflito com a lei enfrentam discriminação adicional.
7. Como conversar com um jovem sobre uso de substâncias?
- Linguagem não criminalizante: Evite termos como “viciado” ou “dependente”.
- Perguntas abertas: Ex.: “Como o uso de substâncias tem impactado seu dia a dia?”
- Foco em redução de danos: Discuta estratégias para uso mais seguro, não apenas abstinência.
8. Onde buscar ajuda no Brasil?
- CAPS-AD: Centros especializados em álcool e drogas no SUS.
- CVV (188): Apoio emocional para crises e ideação suicida.
- Projetos comunitários: Iniciativas como o Projeto Axé (BA) usam arte-educação para prevenção.